Elizabeth Barrett 
O pai proibira todos os seus doze filhos de se casar. Era uma regra tão rígida quanto a pedra das plantações de açúcar que sustentavam sua fortuna. Elizabeth Barrett conhecia essa proibição desde menina, assim como conhecia os limites da casa em Wimpole Street, onde vivera confinada durante anos, entre cortinas fechadas, dores antigas e frascos de morfina e láudano. Na década de 1840, Londres parecia move-se do lado de fora como um mundo distante, inacessível. Todos acreditavam que ela estava morrendo. Talvez estivesse.
Elizabeth vivia recolhida num quarto, alimentando-se de livros, versos e pequenas esperanças que raramente ousavam tomar forma. Desde a adolescência, carregava uma saúde frágil, consequência de uma queda de cavalo, ou talvez de pulmões debilitados, ou talvez de nervos desfeitos — os médicos nunca chegaram a concordar. Concordaram apenas no essencial: ela não viveria muito mais.
Sofrendo, mas brilhante, Elizabeth escrevia. Seus poemas impressionavam uma Inglaterra que ainda pouco compreendia mulheres de gênio. Escrevia deitada, escrevia entre crises, escrevia enquanto o pai, Edward Barrett Moulton-Barrett, exercia sobre ela um domínio quase absoluto. Ele governava a família com a mesma dureza com que administrara suas plantações na Jamaica. Nada escapava ao seu controle. E nenhuma explicação jamais foi dada para a regra que resumira a vida dos filhos: ninguém poderia se casar.
Foi nesse cárcere doméstico, tecido em seda e silêncio, que chegou uma carta. Um poeta jovem, Robert Browning, confessava a ela sua admiração. A princípio Elizabeth respondeu timidamente, mas cada resposta trouxe outra carta, e mais outra. Em vinte meses, trocaram 574 delas. Nas palavras de Robert, ela encontrava algo que desconhecia: alguém que a tratava como igual. Não como inválida, não como paciente à beira da morte, mas como espírito vivo, desafiador, inteiro.
Ele quis visitá-la. Ela recusou, envergonhada, temendo decepcionar. Ele insistiu. Quando finalmente se encontraram, em maio de 1845, foi como se uma porta se abrisse em sua própria alma. Robert não viu uma mulher fraca. Viu Elizabeth — lúcida, ardente, aprisionada. E viu também a força que ela mesma aprendera a esconder.
Ele a pediu em casamento. Elizabeth disse que era impossível: seu pai jamais permitiria, e ela, “doente demais”, seria um peso. Robert respondeu que ela era a pessoa mais forte que já conhecera.
Começaram então a planejar o impossível. Em setembro de 1846, Elizabeth caminhou até a Igreja de St. Marylebone acompanhada apenas por sua fiel criada. Robert esperava por ela. Casaram-se em sigilo, sem público, sem festa, sem testemunhas além das necessárias. E, depois disso, Elizabeth fez o impensável: voltou para casa. Jantou como se nada tivesse acontecido. Subiu para o quarto com a mesma lentidão habitual. Durante uma semana inteira manteve a aparência de uma filha obediente.
Até que, numa noite decisiva, fugiu. Levou poucos pertences, o cachorro Flush e, finalmente, a própria vida entre as mãos. Atravessou o canal com Robert e instalou-se na Itália. Quando o pai soube, deserdou-a imediatamente, devolvendo suas cartas sem sequer abri-las. Nunca mais pronunciou seu nome.
Na Itália, longe da opressão de Wimpole Street, algo extraordinário aconteceu: Elizabeth reviveu. O sol, o ar livre, a presença de Robert — que não a tratava como frágil, mas como brilhante — fizeram sua saúde melhorar de forma quase milagrosa. A mulher que passara anos sem forças para andar percorreu cidades, conheceu paisagens, descobriu o próprio corpo. Em 1849, aos 43 anos, deu à luz seu filho, Robert Wiedeman Barrett Browning, chamado carinhosamente de “Pen”. Era um feito que nenhum médico havia considerado possível.
E Elizabeth escreveu. Caminhando pela Itália unificada, participou da política, apoiou a revolução, publicou poemas abolicionistas que denunciavam a escravidão — ainda que sua família tivesse enriquecido por meio dela. Produziu o magnífico “Casa Guidi Windows” e, sobretudo, os “Sonnets from the Portuguese”, uma das mais belas declarações de amor da literatura inglesa. Seus versos não eram submissos; eram confessionais, intensos, reveladores de uma mulher que descobria, em si mesma, a capacidade de existir para além das grades impostas.
Durante quinze anos, Elizabeth viveu aquilo que não lhe fora concedido na juventude: escolhas próprias, liberdade irrestrita, amor sem vigilância. Morreu em 1861, aos 55 anos, nos braços de Robert, que testemunhara sua transformação da mulher enclausurada em Florença para a poeta luminosa e politicamente ativa que o mundo reconheceria.
Seu pai morrera três anos antes, sem jamais perdoá-la. Mas Elizabeth tinha descoberto, muito antes disso, que certos perdões não valem a vida que exigem em troca.
Sua história permanece como prova de que algumas enfermidades nascem não no corpo, mas na jaula onde somos forçados a viver. E que a liberdade — mesmo quando tardia — pode devolver ao espírito aquilo que lhe parecia irrecuperável. Elizabeth Barrett Browning não precisava ser salva. Precisava apenas ser livre.
Ernani Leal - Grupo do Facebook - Fotos e vídeos antigos.
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Estreia

A @Rádio Sintonia e a @Anelca esteve presentes, na Estreia do filme - Os Guardiões de Eclésia Episódio alfa. Uma produção - Big Boss – Produções. Um filme com direção de Ricardo Assis – Boss Produção, com um tema profundo que leva a reflexão.

A doze anos que o diretor vem montando estrutura e desejo de fazer um filme de impacto, por isso ele esperou por todos estes anos para que a sua experiência de vida desse mais vida e veracidade ao filme. Trezentas pessoas fizeram parte da película, dando vida a personagens fortes, com uma trama espiritual.
Atração musical ficou por conta da banda 3 minerstrack que compôs músicas para o filme e foram apresentadas antes da divulgação do filme.

Após o filme, uma demonstração de agrado foi manifestada pela plateia presente. Os atores Rene Canette e Titã Fernandes que participaram do filme juntamente com uma gama de atores que deixaram bem claro que a Big Boss - Produção está construindo um legado para a arte cinematográfica.
Ricardo parabéns por mais esta espetacular estreia. Além de admirar você como pessoa, parabenizo-o pelo profissional que você vem mostrando nestes últimos anos apreciando ao publico com grandes produções, um trabalho sério e de oportunidades, como foi muito bem relatado pelo contentes e competentes atores pelo filme que foi nos apresentado nesta noite.
Radialista
e escritora Verenice Sipriano.